Luciano Nascimento - Repórter da Agência
Brasil
Um grupo de manifestantes
protestou hoje (4) no Senado contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Com cartazes classificando o processo de "golpe" e o vice-presidente
da República, Michel Temer, de "traidor", os manifestantes ficaram
próximos à sala da Comissão Especial do Impeachment, onde o relator, Antonio
Anastasia (PSDB-MG), leu seu parecer favorável à abertura do processo.
Durante o protesto, os
manifestantes – a maioria deles integrantes do Conselho Nacional de Juventude
(Conjuve) – fizeram um jogral para criticar o prosseguimento do processo contra
Dilma.
Também fizeram críticas a
Anastasia, ao senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), ao presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ao deputado Jair Bolsonaro
(PSC-RJ). "Lutaremos com amor pela democracia e liberdade, não seremos o
país do ódio, da intolerância. Fora Cunha, fora Temer, fora Bolsonaro. A
juventude brasileira está aqui para resistir contra os corruptos como o
governador Anastasia, Aécio Neves e Eduardo Cunha", disse a integrante do
Conjuve Maria das Neves, que teve as palavras repetidas pelo grupo.
O deputado Vitor Lippi
(PSDB-SP) interrompeu o protesto com gritos de "Fora Dilma, Fora PT"
e bateu boca com os manifestantes antes de deixar o local sob gritos de
"golpista".
CRÍTICAS AO RELATÓRIO. O protesto foi engrossado pela presença dos
senadores governistas Lindbergh Farias (PT-RJ) e Fátima Bezerra (PT-RN), além
de deputados da base aliada. Farias criticou o relatório de Anastasia e disse
que o tucano não tem isenção para ocupar a relatoria. "O senador Anastasia
não tem isenção alguma. Falta crime de responsabilidade [de Dilma], não há
crime. É um relatório frágil e eu volto a dizer que continua cometendo o mesmo
equívoco do relator da Câmara, Jovair Arantes [PTB-GO]: não há crime de
responsabilidade", disse.
A senadora Fátima Bezerra
(PT-RN) disse que a postura de Anastasia, favorável ao impeachment, já era
esperada. A petista chamou o relatório de farsa jurídica. "O que estamos
vendo aqui é uma fraude jurídica, uma farsa política, porque não há sustentação
nenhuma do ponto de vista jurídico para esse pedido de impeachment contra a
presidenta Dilma. Vamos continuar resistindo, denunciando esse relatório,
porque vai ter a próxima etapa e o relatório não se sustenta do ponto de vista
jurídico."
O grupo de manifestantes
pró-Dilma pretende ficar no Senado até a conclusão do processo de impeachment. Fonte:
Brasil 247.