247 – O presidente interino Michel Temer,
como todos sabem, conquistou o poder provisório a partir da tese de que a
presidente eleita Dilma Rousseff quebrou o País com suas "pedaladas
fiscais".
Pois
bem: se a tese era verdadeira, Temer deveria promover um ajuste das contas – e
não alargar ainda mais o rombo fiscal.
Nesta
segunda-feira, no entanto, ele tomou mais uma medida expansionista, do ponto de
vista fiscal, ao conceder anistia de seis meses aos estados nos pagamentos de
suas dívidas.
Até
agora, Temer já ampliou o déficit para R$ 170 bilhões (o que deve se repetir em
2017), concedeu reajustes ao Poder Judiciário, permitiu a criação de cargos de
confiança no Legislativo e concedeu subsídios aos governadores.
Além
disso, aumentos de impostos, como a volta da CPMF, foram descartados para não
contrariar o empresariado.
Com
isso, o resultado da gestão provisória será um país em condições fiscais muito
piores do que as que foram entregues pela presidente Dilma Rousseff.
Leia,
abaixo, reportagem da Reuters:
Governo
fecha acordo e Estados terão carência total por 6 meses na dívida
BRASÍLIA
(Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e governadores fecharam
acordo nesta segunda-feira sobre a renegociação da dívida dos Estados com a
União, por meio do qual não terão de desembolsar nenhuma parcela por seis
meses, afirmou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Segundo
ele, os Estados voltarão a pagar suas parcelas da dívida em janeiro, de forma
escalonada. Meirelles esteve reunido nesta tarde com diversos governadores para
tratar sobre o tema.
"Teremos
uma carência no pagamento da dívida de seis meses. A carência total. Depois,
nós teremos a partir de janeiro uma redução proporcional em 18 meses",
afirmou Rollemberg a jornalistas, acrescentando que a parte da dívida que foi
judicializada será paga pelos Estados em 24 meses.
Em
princípio, os Estados queriam carência total por dois anos, enquanto o Tesouro
havia proposto pagamento da dívida de 100 por cento até julho e, a partir daí,
cairia a cada bimestre até chegar a 40 por cento em julho de 2017, patamar que
ficaria congelado até dezembro daquele ano. A partir daí, voltaria cair até
zerar a carência em 2018.
Fonte:
Brasil 247. (Reportagem de César Raizer).