Por Michelle Cannes – Repórter da Agência Brasil
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou nesta sexta-feira (10) que
o vazamento de informações sobre os pedidos de prisão feitos para o presidente
do Senado, Renan Calheiros, o senador Romero Jucá, o ex-presidente José Sarney
e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha tenha partido do
Ministério Público Federal (MPF).
Sem
citar nomes, o procurador-geral rebateu críticas feitas a respeito de
vazamentos. "Não posso deixar de mencionar insinuações maledicentes que
pululam na imprensa desde o início desta semana. Figuras de expressão nacional,
que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a ideia
estapafúrdia de que o Procurador-Geral da República teria vazado informações
sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo Tribunal Federal e
obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se isso fosse verdadeiramente
possível", disse Janot ao participar do encerramento de um encontro de
representantes do MPF, em Brasília.
Nesta
semana, o jornal O Globo publicou matéria em que diz que os pedidos de prisão
estão com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, há pelo menos
uma semana.
Durante
o discurso, Janot disse que as insinuações feitas são um "efeito colateral
do trabalho sério e responsável" que vem desenvolvendo. O procurador disse
ainda que não possui "transgressores preferidos" e que isso é
demonstrado pelo "leque sortido" de autoridades investigadas e
processadas.
"Da
esquerda à direita; do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém
mesmo, estará acima da lei, no que depender do Ministério Público. Assim exige
a Constituição; assim exige a República", disse Janot.
O
procurador disse ainda que as insinuações veiculadas servem pra confundir a
população. "Busca-se com tais diversionismos mudar descaradamente o foco
da opinião pública, confundir a sociedade e garantir a tranquilidade daqueles
que, sem cerimônia alguma, avançam vorazes sobre o patrimônio que deveria
servir ao progresso do país e ao bem-estar do povo".
Rodrigo
Janot negou ainda que tenha a intenção de se candidatar a algum cargo eletivo.
"Daqui a um ano e quatro meses me aposentarei e não serei cliente de vocês
porque, apesar das especulações veiculadas esta semana, reafirmo, aqui, que não
serei candidato a qualquer cargo eletivo seja no Executivo, seja no
Legislativo". Fonte: Brasil 247.