O
Ministério Público da Paraíba pode suspender o fornecimento de água captada do
açude Boqueirão, responsável pelo abastecimento de Campina Grande e de outras
16 cidades, devido à presença de cianobactéria (toxina que pode provocar a
morte de peixes, animais e seres humanos), concentração de agrotóxico e de
saias minerais.
Técnicos
e pesquisadores já constataram a presença de substâncias nocivas nas águas do
Boqueirão e aguardam o resultado de laudo técnico sobre o grau de contaminação
para impedir ou não o fornecimento de água potável que vai afetar quase um
milhão de pessoas.
De
acordo com o Ministério Público, o açude de Boqueirão também enfrenta outro
grave problema: a sua capacidade de armazenamento está abaixo dos 10% do seu
volume total de água, o equivalente a 40 milhões de metros cúbicos de água, com
previsão do açude só ter água disponível para o consumo humano até meados de
janeiro de 2017.
O
procurador-geral Bertrand Asfora antecipou outras medidas, como a fiscalização
dos carros-pipas que abastecem Campina Grande, que estariam distribuindo água
contaminada; a fiscalização na perfuração de poços artesianos, que estariam
sendo feitos sem autorização e análises dos órgãos competentes; e o uso
indiscriminado e sem controle de água potável pela indústria da construção
civil em Campina Grande.
Já
a utilização do volume morto do açude, o abastecimento está sendo feito por
bombas flutuantes e o racionamento de água em Campina Grande é feito em três
dos sete dias da semana.
Ontem,
durante encontro da força tarefa, criada no ano passado para fiscalizar a
segurança hídrica no estado, o Ministério Público (MPPB) criou o ‘Comitê de
Gestão da Crise Hídrica na Paraíba’, que terá como foco, em princípio, o açude
de Boqueirão e o abastecimento de água na região polarizada pelo município de
Campina Grande. Uma agenda de reuniões de trabalho já está sendo elaborada para
a busca de soluções práticas e objetivas e será anunciada na próxima semana. Fonte:
Portal ClickPB.