Por Fernando Brito, do Tijolaço
Jânio de Freitas tem toda a razão em dizer, em seu artigo de hoje na Folha, que
se Rodrigo Janot tem apenas as gravações que Sérgio Machado captou de
Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney não haveria motivos ali
para um “sensato pedido de prisão.
A
menos que o Procurador Geral da República tenha entrado em um clima
transtornado que não parece ser o seu estilo, a conclusão quase obrigatória é
que há mais, muito mais.
E
com potencial chocante o suficiente para não deixar muito espaço para uma
negativa liminar que o desmoralizaria.
O
provável é que haja ali o que faça muito constrangedor recusar seu pedido.
Não
se sabe quanto tempo Teori Zavascki vai reter sua decisão.
É
impensável que seja muito.
Se
oferecer, como no caso de Eduardo Cunha, defesa prévia, será inevitável
dar a conhecer o conteúdo das acusações, desta vez indo além da simples
ladroeira.
E,
ainda no campo da especulação, o anunciado “acordão” para impedir a prisão de
Renan e Jucá, no caso e Teori vir a determiná-la, lançará o país num confronto
institucional sem precedentes, ultrapassando em muito o “recorde de quebra da
institucionalidade” atingido com o afastamento do Presidente da Câmara.
Qualquer
decisão que Zavascki vier a tomar vai implicar em desmoralização difícil
de enfrentar: para Renan, para Janot ou para ele próprio, Teori. Fonte:
Brasil 247.