O jornalista e apresentador Jorge Kajuru afirmou que
decidiu “passar um tempo fora” após ameaças recebidas em razão das denúncias
feitas contra o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB-GO) e o bicheiro
Carlinhos Cachoeira.
No
sábado (2), seu produtor fez um anúncio nas redes sociais dizendo que ele havia
sumido. Na madrugada desta segunda-feira (4), Kajuru disse em suas redes
sociais que prestará esclarecimentos à Justiça.
“Em
2002, fui tirado de Goiânia num sábado às 11 da manhã num avião para São Paulo,
porque algumas pessoas próximas alegavam que eu estava correndo risco. Essas
mesmas pessoas me aconselharam a tirar uns 15, 20 dias e ir para um lugar
seguro, o momento não estava bom para mim. Um jornalista foi assassinado com
sete tiros no centro da cidade. Semana passada, quase mataram outro jornalista,
quebraram a costela dele. Fiz minha mala, chamei dois seguranças, que são
ex-policiais e falei: ‘Não temos prazo para voltar'”, afirma ele, que viajou na
terça-feira.
No
sábado, em Ribeirão Preto, foi avisado de que seu paradeiro era conhecido. “Eu
estava descasando, ia sair à noite, queria encontrar o filho do Sócrates, o
Júnior. Minha ideia era ficar lá até quarta-feira. Falei: ‘Vamos cair fora’. Mas
ontem à noite disse ‘Chega’. Não sou fugitivo, não matei ninguém, apenas
denunciei. Estou exercendo minha profissão de jornalista”, disse.
O
apresentador afirma que procurou o Ministério Público para tomar providências.
“Quanto à família, não tenho preocupação, sou filho único, meus pais já
morreram, não tenho nem um primo. Minha mulher mora no Rio de Janeiro. Agora eu
tenho uma decisão a tomar. Se essa insegurança continuar, vou decidir se vou
cair fora de Goiânia. Amo a cidade, fiquei 15 anos lá, me candidatei a deputado
federal por lá. A maior parte do povo gosta de mim. É um povo sofrido, a
imprensa não denuncia nada”, diz ele, que promete não parar com as denúncias.
“Para
denunciar as coisas em Goiás eu não preciso morar lá. No programa ‘Tele Kajuru Denúncia’
recebo em média 350 denúncias por dia, a maioria com documento. Tenho 200 horas de gravações do
Marconi e do Cachoeira. Coloquei as principais, as mais
estarrecedoras. Não tem uma terceira pessoa sobre a qual eu faça uma denúncia
tão grande”, afirma.
“Vou
desaparecer toda vez que eu sentir o risco real. Grato a imprensa nacional.
Vocês fazem coronéis ter medo de matar um defunto nacional”, escreveu.
“Em
Goiás se matou jornalista no centro com 7 tiros. Queriam que eu ficasse cara a
cara com jagunços de bicheiro e políticos frios. Escondi mesmo”, finalizou. Fonte:
Pragmatismo Político.