Por Karine Melo e Carolina Gonçalves – Repórteres
da Agência Brasil
“Achei profundamente injusta a menção
aos netos. Eu não condeno alguém dizendo que vou resolver o futuro dos netos”,
disse Cardozo.
Ao deixar o plenário do Senado para o intervalo do almoço, José
Eduardo Cardozo, advogado de defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff, foi
às lágrimas ao conversar com jornalistas. “Nunca deixei de me emocionar diante
da injustiça. Aquele que perde a emoção diante da injustiça se desumanizou”,
disse.
Cardozo disse que as palavras da acusação foram “muito duras”.
“Para quem conhece Dilma Rousseff, pedir sua acusação para defender seus netos
é algo que me atingiu muito fortemente”, disse ao se referir à fala final da
colega Janaína Paschoal (acusação) que pediu desculpas à presidente da
República afastada por saber que a situação que ela vive não é fácil e, como
uma das autoras do processo, ter causado sofrimento à petista. "Peço que
ela um dia entenda que eu fiz isso pensando também nos netos dela", disse
Janaína.
“Achei profundamente injusta a menção aos netos. Eu não condeno
alguém dizendo que vou resolver o futuro dos netos”, disse Cardozo.
Sobre o resultado do julgamento que deve ser conhecido amanhã (31),
o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que ontem estava muito
desanimado, mas hoje está otimista. Segundo Costa, cerca de dez senadores ainda
estão indecisos e podem votar favoravelmente à Dilma. O petista, no entanto,
não arriscou o placar. Ele acrescentou que a presidenta está acompanhando hoje
o julgamento do Palácio do Alvorada e que, nos bastidores, muitas conversas
estão sendo travadas com os indecisos.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que
comanda a sessão, suspendeu os trabalhos para o almoço por uma hora e retomará
o julgamento as 14h10. No retorno, acusação e defesa voltam a ter a palavra
para fazer a réplica e a tréplica. Para cada um desses passos, eles terão mais
uma hora. Fonte: Brasil 247.