Há momentos na vida
que a gente não sabe se deve falar ou silenciar, porque são muito fortes e vêm
de mansinho e se introduzem no coração da gente, abrindo grandes e profundos sulcos
de tristeza. Não há remédio que suavize essa angústia.
Instantes pesarosos a
vida reserva ao ser humano e deles não se pode tomar distancia. São marcantes a
quem sabe o valor imensurável de uma vida criada para servir a todos e ser
vivida na honradez e simplicidade dos santos.
Hoje a gente vive
isso e com tamanha intensidade que chega a doer na alma, pois a data é marcada
pela despedida que se terá de fazer da mestra Maria Eulália Cantalice, aquela
que dedicou a sua existência abençoada, à difusão do conhecimento da língua
portuguesa e que levou a tantos homens e mulheres aos bancos de universidades e
lhes permitiu tantos títulos ilustres.
A centenária guarabirense
se foi a conviver com a legião dos que servem ao Senhor e deixou a esta gente e
berço natal uma vida de exemplo e decência. Enquanto espargia luzes de
conhecimento, difundiu entre todos os alunos e cidadãos lições de como bem servir
à terra natal e se fazer cristão solidário para com os demais.
Abnegada do saber,
instruiu a todos com amor. Fez-se diva pela vida exemplar que adotou desde
muito jovem em sociedade, nos educandários onde lecionou e no lar.
Mãe responsável e exemplo
a ser seguido; esposa devotada e companheira amorosa de Felinto o amado
escolhido de quem se tornou viúva muito cedo; exemplo de mulher trabalhadora e
dona de lar; educadora incansável e cumpridora dos deveres, deixa uma lacuna
impreenchível na sociedade guarabirense e se torna pranteada por homens e
mulheres ex-alunos seus.
Guardo-a no coração,
minha inspiradora Mestra enquanto agradeço ao Altíssimo pelo seu acolhimento na
celestial mansão dos justos.