Em fase de ampla
reestruturação de suas operações em São Bernardo, para reduzir uma ociosidade
produtiva que passa de 50%, a Mercedes- Benz do Brasil anunciou na
quarta-feira, 21, no Salão Internacional de Veículos Comercias (IAA), que
acontece na Alemanha, a construção de uma pista de testes e centro de
desenvolvimento de novos produtos no País. A companhia aproveitou as
apresentações à imprensa internacional dos novos veículos e tecnologias que vão
revolucionar o atual sistema de transporte global para fazer o anúncio.
Em construção na cidade de
Iracemápolis (SP), ao lado da fábrica de automóveis que o grupo inaugurou neste
ano, a pista, com 1,3 milhão de metros quadrados será a maior e mais completa
do hemisfério sul, informou o presidente da Mercedes do Brasil, Philipp
Schiemer. O projeto recebeu investimento de R$ 70 milhões e será inaugurado no
fim de 2017 para testes de caminhões e ônibus, hoje feitos em pistas e áreas
alugadas.
“Apesar da turbulência que
estamos passando no mercado brasileiro, o maior da marca no mundo, esse
investimento é um sinal de que continuamos acreditando no Brasil”, disse o
executivo. A pista também será usada para testes internacionais que vão, por
exemplo, ajudar a adaptar produtos locais que serão exportados para países com
condições de tráfego diferentes do Brasil, como África e Oriente Médio, com
quem a unidade quer ampliar negócios.
Elétricos. Durante um painel do evento, o
presidente global da área de caminhões da Mercedes-Benz, Stefan Buchner, disse
que, no longo prazo, as fábricas do grupo no Brasil poderão produzir veículos
elétricos, mas isso vai depender da demanda por esse tipo de produto, bem mais
caro que o tradicional, e de mudanças na legislação local, por exemplo no
sentido de proibir a circulação de veículos de grande porte nos grandes centros
urbanos, a exemplo do que ocorre na Europa.
“A tendência para o Brasil
ainda é o diesel, mas se ocorrerem mudanças poderá haver uma rápida reação
voltada aos elétricos e poderemos oferecer esses produtos em nossas plantas no
País”, disse o executivo.
Para Schiemer, presidente da
Mercedes do Brasil, porém, há um grande passo a ser dado nos próximos anos, já
que o País tem uma situação paradoxal. “Primeiro será preciso tirar das ruas os
caminhões com mais de 20 anos”, que representam cerca de 30% da frota atual. As
montadoras brasileiras vão levar novamente ao governo federal pedido para a
retomada do projeto de renovação da frota antiga de veículos.
O IAA, realizado a cada dois
anos em Hannover, abre as portas ao público hoje, a maioria formada por
frotistas e empresários do ramo de transporte. O evento, em sua 66a edição, tem
mais de 2 mil expositores e vai até dia 29. A versão do evento deste ano está
focada no lançamento comercial, a partir do próximo ano, de veículos comerciais
100% movidos a eletricidade. Fonte: RD – Repórter Diário.