247 – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou pela
primeira vez sobre a proposta de anistia ao caixa dois, que quase foi votada na
surdina, numa manobra que contou com o aval do Palácio do Planalto.
"A
anistia, se for levada adiante, pode desidratar a Lava-Jato", disse ele,
ao jornalista Jailton Carvalho, no Globo.
"O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comparou o recente movimento no
Congresso Nacional pela aprovação de um projeto de anistia ao caixa dois ao
início da reação conservadora que implodiu a Operação Mãos Limpas, na Itália,
na década de 90. Para Janot, o projeto da anistia, visível resposta dos meios
políticos contra a Lava-Jato, é similar ao decreto Conso, conjunto de medidas
adotada pelo então ministro da Justiça italiano Giovanni Conso para
descriminalizar a movimentação de recursos de campanhas eleitorais não
declarados às autoridades fiscais", diz a reportagem de Jailton.
A
iniciativa, que quase foi votada na surdina, teve o apoio do Palácio do
Planalto, por meio do ministro Geddel Vieira Lima, que disse que "caixa
dois não é crime" e que o tema deve ser debatido "sem preconceitos."
Políticos,
em Brasília, temem o impacto das delações da Odebrecht e da OAS, que podem
atingir centenas de pessoas, incluindo deputados, senadores e ministros, como o
próprio Geddel. Brasil 247.