O
ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, entregou à
Justiça nesta segunda-feira, 15, "registros de encontros" com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente do Instituto Lula,
Paulo Okamotto, e com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A defesa de Léo
Pinheiro afirmou que os registros dos encontros estavam na agenda dos celulares
do empreiteiro.
Um dos
arquivos entregues por Léo Pinheiro tem 41 páginas. O documento indica três
reuniões no Instituto Lula: em 23 de fevereiro de 2012, em 27 de julho de 2012
e 16 de abril de 2013.
O
material foi anexado à ação penal na qual Léo Pinheiro e Lula são réus. Os
documentos foram entregues com o objetivo de corroborar o depoimento do
empreiteiro. Ao juiz federal Sérgio Moro, o executivo afirmou que o tríplex de
Guarujá (SP) "era de Lula".
O
ex-presidente é acusado pelo Ministério Público Federal de receber R$ 3,7
milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da
empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
As
acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da
empreiteira por meio do tríplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá, e ao
armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a
2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.
Uma das
mensagens anexada por Léo Pinheiro é de 22 de fevereiro de 2014. O empreiteiro
conversa com a filha e escreve. "Voltando de SBC. Trânsito horroroso no Ibirapuera."
Segundo a
denúncia da Lava Jato, em fevereiro de 2014, Léo Pinheiro solicitou a Fábio
Yonamine, então presidente da OAS Empreendimentos, que o apartamento 164-A do
Condomínio Solaris fosse preparado "com sua limpeza e retoques na
pintura" para a visita de Lula.
No dia da
visita, afirma a força-tarefa da Lava Jato, Fábio Yonamine encontrou Léo
Pinheiro e ambos foram no mesmo carro para São Bernardo do Campo, onde
encontraram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia - morta em fevereiro de
2017. De lá, seguiram todos para o Condomínio Solaris, no Guarujá. Em
depoimento a Moro, Lula confirmou que esteve uma vez no tríplex, em fevereiro
de 2014.
Na agenda
de Léo Pinheiro, há a indicação de encontro com Fabio Yonamine entre 1 e 2 de
fevereiro. "Res. Dr. Léo - Após ir para o Guarujá."
Em outra
mensagem entregue à Justiça, um interlocutor diz a Léo Pinheiro em 6 de junho
de 2014. "Léo, amanhã vou pra o nosso tema para esvaziar o lago para
impermeabilizar. Eles, eu soube que vão estar lá para acompanhar a despesca.
Mas não tenho certeza. Se desejar podemos combinar."
Segundo o
Portal da Transparência, um dos seguranças de Lula esteve no sítio de Atibaia
entre 6 e 10 de junho.
O
documento interno da OAS Empreendimentos, entregues por Léo Pinheiro, é intitulado
"Análise de Custos de Obras", de outubro de 2014. O relatório trata
de custos de construção de edifícios da OAS, entre eles o Solaris.
Fonte: Notícias ao Minuto.