Em 1915 o lugarejo era constituído das fazendas de Antônio Nogueira Campos e de José Amâncio Ramalho e graças ao espírito empreendedor deste, ali instalou fecularia e despolpadeira para beneficiamento de arroz e algodão, mantendo cerca de 150 empregos diretos, ocasionando progresso econômico e social do lugar e áreas vizinhas.
Cuidando do desenvolvimento urbano do povoado, Amâncio contratou engenheiro que traçou o perfil da área para construção das casas do vilarejo, dando feições modernas às ruas e evitando aclives. Por pedido de dona Luísa Moreira Ramalho, sua primeira esposa, edificou numa parte elevada, para dar destaque, a capela que atualmente é igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do município.
.jpg)
Aproveitando as águas de uma cachoeira, construiu uma hidrelétrica para uso nos seus empreendimentos empresariais e também eletrificava ruas e algumas residências do lugar. Através desse invento, estendeu o benefício da energia elétrica às cidades de Bananeiras, Vila Moreno (atual Solânea), Pilões e Serraria, até 1962 quando foi substituída pela energia elétrica de Paulo Afonso.
A chegada da linha férrea da Great Western Railway Company, em 1913, dá destaque socioeconômico ao povoado, aproximando-o de centros mais desenvolvidos do próprio Estado e de outros como Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Com o passar dos anos, o povoado recebeu o nome indígena de Camucá, traduzido como “terra deserta”, graças ao rio com esse mesmo nome, que corta as suas terras férteis. Em 1949, pela Lei 318 de 7 de janeiro, Camucá passou a compor, na qualidade de distrito, o município de Bananeiras, já ai com o nome de Borborema, em homenagem à Serra paraibana que se faz presente em grande parte dos municípios da nossa região.
Em 1957, graças à febre vivida pelo nosso Estado na transformação de distritos em municípios, políticos e parte do povo daquele distrito, encetou forte movimentação para fazê-lo cidade, libertando-o de Bananeiras a quem estava politicamente ligado. Destacou-se o comerciante Dionísio Pereira dos Santos, que reunia amigos no seu estabelecimento comercial, discutindo a emancipação política do lugar.
Em 6 de agosto de 1958, o deputado estadual sertanejo Nominando Diniz, apresentou na Assembléia Legislativa, o Projeto nº 120/58, tratando da emancipação política de Borborema. Esse, recebeu emendas do deputado Orlando Cavalcante, sugerindo eleições para prefeito, vice e vereadores, em 1959.
A Assembléia Legislativa solicitou à Câmara Municipal de Bananeiras, elaboração de Resolução que definisse os limites do novo município a ser criado, pelo que em 12 de dezembro desse mesmo ano, foi elaborado o Projeto de Resolução nº 34/58, efetivando essa solicitação dos deputados. Em 24 de abril de 1959, a Assembléia discordou de Vila Maia como integrante do município de Borborema, devendo permanecer ligado a Bananeiras. A 28 de abril desse ano, em segunda discussão, o Projeto foi aprovado e tornou Borborema município. Nasceu verdadeiramente, em 18 de maio de 1959, pela Lei 2.133, sancionada pelo governador Pedro Moreno Gondim. A sua instalação se deu em 12 de novembro desse ano, tendo sido o seu primeiro gestor nomeado Antonio Barbosa da Costa.
Quando em 3 de outubro de l960 ocorreram as eleições, foram escolhidos democraticamente pelo povo, os líderes Arlindo Rodrigues Ramalho e Antonio Targino Leão, prefeito e vice, respectivamente. Enquanto isso, chegavam à Câmara de Vereadores políticos como Severino Ramalho Leite, Dionísio Pereira dos Santos, José Luciano de Medeiros, Cícero Ferreira da Silva, José do Carmo Ramalho, Reginaldo Leite Queiroz e Luiz Galdino Ferreira.
Borborema, de clima muito agradável, povo simples e acolhedor, é localizada na Mesorregião do Agreste e Microrregião do Brejo Paraibano, com Latitude de 6º48’00” e Longitude de 35º38’00”, a 368 metros acima do nível do mar e com área de 49,8km². A população é de 5.009 habitantes. (CENSO/2007).
A sua economia é formada principalmente por pecuária, agricultura, avicultura e fruteiras, principalmente bananas, enquanto a cidade pequenina e organizada tem um comércio variado e voltado, sobretudo para suprir as necessidades dos seus habitantes.
Pela zona rural, estão espalhados antigos engenhos de “fogo morto”, dos quais podemos colher belíssimas imagens, dos casarões dos senhores de então e das suntuosas capelas onde se rezavam novenas e celebravam batizados. Vale a pena conhecer essa parte da história dos nossos antepassados.