Por volta de 1909, o jovem advogado José Amâncio Ramalho, nascido em Araruna, na região de Tacima, atual Campo de Santana, procurando área rural que pudesse comprar para se fixar com os seus familiares, conheceu terras que achou muito belas em região encravada próxima a Serraria e Bananeiras, onde o capitão João da Mata tinha vasta plantação de goiabeiras. Assim, ali adquiriu propriedade que denominou de Boa Vista.
Em 1915 o lugarejo era constituído das fazendas de Antônio Nogueira Campos e de José Amâncio Ramalho e graças ao espírito empreendedor deste, ali instalou fecularia e despolpadeira para beneficiamento de arroz e algodão, mantendo cerca de 150 empregos diretos, ocasionando progresso econômico e social do lugar e áreas vizinhas.
Cuidando do desenvolvimento urbano do povoado, Amâncio contratou engenheiro que traçou o perfil da área para construção das casas do vilarejo, dando feições modernas às ruas e evitando aclives. Por pedido de dona Luísa Moreira Ramalho, sua primeira esposa, edificou numa parte elevada, para dar destaque, a capela que atualmente é igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do município.
Aproveitando as águas de uma cachoeira, construiu uma hidrelétrica para uso nos seus empreendimentos empresariais e também eletrificava ruas e algumas residências do lugar. Através desse invento, estendeu o benefício da energia elétrica às cidades de Bananeiras, Vila Moreno (atual Solânea), Pilões e Serraria, até 1962 quando foi substituída pela energia elétrica de Paulo Afonso.
A chegada da linha férrea da Great Western Railway Company, em 1913, dá destaque socioeconômico ao povoado, aproximando-o de centros mais desenvolvidos do próprio Estado e de outros como Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Com o passar dos anos, o povoado recebeu o nome indígena de Camucá, traduzido como “terra deserta”, graças ao rio com esse mesmo nome, que corta as suas terras férteis. Em 1949, pela Lei 318 de 7 de janeiro, Camucá passou a compor, na qualidade de distrito, o município de Bananeiras, já ai com o nome de Borborema, em homenagem à Serra paraibana que se faz presente em grande parte dos municípios da nossa região.
Em 1957, graças à febre vivida pelo nosso Estado na transformação de distritos em municípios, políticos e parte do povo daquele distrito, encetou forte movimentação para fazê-lo cidade, libertando-o de Bananeiras a quem estava politicamente ligado. Destacou-se o comerciante Dionísio Pereira dos Santos, que reunia amigos no seu estabelecimento comercial, discutindo a emancipação política do lugar.
Em 6 de agosto de 1958, o deputado estadual sertanejo Nominando Diniz, apresentou na Assembléia Legislativa, o Projeto nº 120/58, tratando da emancipação política de Borborema. Esse, recebeu emendas do deputado Orlando Cavalcante, sugerindo eleições para prefeito, vice e vereadores, em 1959.
A Assembléia Legislativa solicitou à Câmara Municipal de Bananeiras, elaboração de Resolução que definisse os limites do novo município a ser criado, pelo que em 12 de dezembro desse mesmo ano, foi elaborado o Projeto de Resolução nº 34/58, efetivando essa solicitação dos deputados. Em 24 de abril de 1959, a Assembléia discordou de Vila Maia como integrante do município de Borborema, devendo permanecer ligado a Bananeiras. A 28 de abril desse ano, em segunda discussão, o Projeto foi aprovado e tornou Borborema município. Nasceu verdadeiramente, em 18 de maio de 1959, pela Lei 2.133, sancionada pelo governador Pedro Moreno Gondim. A sua instalação se deu em 12 de novembro desse ano, tendo sido o seu primeiro gestor nomeado Antonio Barbosa da Costa.
Quando em 3 de outubro de l960 ocorreram as eleições, foram escolhidos democraticamente pelo povo, os líderes Arlindo Rodrigues Ramalho e Antonio Targino Leão, prefeito e vice, respectivamente. Enquanto isso, chegavam à Câmara de Vereadores políticos como Severino Ramalho Leite, Dionísio Pereira dos Santos, José Luciano de Medeiros, Cícero Ferreira da Silva, José do Carmo Ramalho, Reginaldo Leite Queiroz e Luiz Galdino Ferreira.
Borborema, de clima muito agradável, povo simples e acolhedor, é localizada na Mesorregião do Agreste e Microrregião do Brejo Paraibano, com Latitude de 6º48’00” e Longitude de 35º38’00”, a 368 metros acima do nível do mar e com área de 49,8km². A população é de 5.009 habitantes. (CENSO/2007).
A sua economia é formada principalmente por pecuária, agricultura, avicultura e fruteiras, principalmente bananas, enquanto a cidade pequenina e organizada tem um comércio variado e voltado, sobretudo para suprir as necessidades dos seus habitantes.
Pela zona rural, estão espalhados antigos engenhos de “fogo morto”, dos quais podemos colher belíssimas imagens, dos casarões dos senhores de então e das suntuosas capelas onde se rezavam novenas e celebravam batizados. Vale a pena conhecer essa parte da história dos nossos antepassados.