sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O INTELECTUAL DE PATOS

Ernani Sátyro, um dos grandes políticos paraibanos e que prestou enormes serviços ao país, nascido na bela cidade de Patos, casou-se em 1935 com a campinense Antonieta e com ela teve quatro filhos dos quais apensas sobreviveram Silede, Gleide e Bertholdo e todos se graduaram em Direito.

Acometido de problemas cardíacos, Ernani faleceu na cidade de Brasília em 8 de maio de 1986, onde também foi sepultado. Os seus restos mortais somente chegaram à Paraíba em 1993, em avião da Força Aérea Brasileira e se acham repousando em mausoléu construído na Fundação Ernani Sátyro (sua antiga residência), na cidade de Patos.

Certa vez Ernani homenageou a sua amada esposa com SONETO

A ANTONIETA

Sinto que adoras ver-me recitar
Os versos de Machado a Carolina.
Nesses momentos, sempre me domina
O desejo também de te louvar.

É bem difícil, sabes, imitar
O ouro que jorrava aquela mina,
Mas, mesmo assim, bendigo a minha sina:
Se não sei fazer versos, sei amar.

Nosso recanto é o mundo recriado,
Pelos nossos três filhos prolongado.
Como a dos outros, árdua é nossa lida.

Numa parte, porém, temos mais sorte:
O Mestre o seu amor louvou na morte,
O meu amor eu louvo ainda em vida.


Ernani Sátyro soube honrar as suas tradições quando se tornou um dos maiores homens públicos da Paraíba. Além de advogado brilhante com intensa atuação nas cidades de Campina Grande e Patos, foi Deputado Estadual, Chefe de Polícia, Prefeito de João Pessoa, Deputado Federal por seis vezes, desde 1945, Líder da Bancada na Câmara Federal (Governo Costa e Silva), Ministro do Superior Tribunal Militar e Governador da Paraíba (1971-75). Em 1979 e 1983, foi novamente Deputado Federal.

Literariamente se sobressaiu com os romances O Quadro Negro, Mariana e Dia de São José; com as poesias reunidas em O Canto do Retardatário; juridicamente com livros a exemplo de Direito Penal Militar e Segurança Nacional, além de publicações semanais em jornais e revistas do nosso Estado e do país.