quarta-feira, 22 de julho de 2009

26 ANOS SEM MARGARIDA

Na capital do país, a Câmara dos Deputados, realizou no dia 11 deste mês, para lembrar a líder sindical, Margarida Maria Alves, uma sessão especial para homenageá-la, pelos 26 anos de seu covarde e bárbaro assassinato, na cidade de Alagoa Grande.

Mulher pobre, assumiu a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais daquele município, defendendo os camponeses filiados a esse órgão, com todas as suas forças, tendo dado entrada na Justiça em mais de 600 processos contra latifundiários contrários aos seus direitos como disciplinamento de jornada de trabalho, 13º salário, salário mínimo e férias.

Aguerrida, foi combatida incessantemente pelos representantes do capitalismo rural, recebendo ameaças constantes, sobretudo por ensinar aos seus sindicalizados que era “melhor morrer na luta que morrer de fome”, incentivando-os a persistir resistindo na Justiça aos ataques dos poderosos, até que alcançassem resultados que lhes garantissem a vitória.

A 12 de agosto de 1983, sob o eco covarde de um tiro de espingarda 12, Margarida teve a vida ceifada em sua própria casa. Não apenas a Paraíba e o país repudiaram esse gesto da mão armada do latifúndio. O mundo direcionou o seu olhar para Alagoa Grande e a transformou através de Margarida, num símbolo de resistência aos ataques dos mais fortes contra pobres operários campesinos, atormentados por pagamentos de péssimos salários sobre jornadas indecentes de trabalho. MARGARIDA CONTINUA VIVA, estimulando os agricultores do Brasil inteiro, à luta incessante por justiça social e trabalhista.

O palco da tragédia foi transformado em Casa Margarida Maria Alves, em 2001, ponto de encontro de milhares de mulheres da nossa região brejeira, enquanto incentiva os camponeses a continuarem acreditando na Justiça e persistam na busca pela descoberta e condenação dos mandantes de sua morte, impunes até os dias atuais.