terça-feira, 28 de julho de 2009


LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO

Virgulino Ferreira da Silva, nasceu a 4 de junho de 1898, em Sítio Passagem das Pedras, em Serra Vermelha, atual município de Serra Talhada, sertão de Pernambuco. Levado por sentimento de vingança contra assassinos do seu pai, entrou no cangaço e dele nunca mais pode se retirar. Ingressara num caminho sem retorno.

Muito astuto, sempre conseguiu fugir dos policiais a quem dava o nome de “macacos”, apoiado por coiteiros e adentrando a caatinga onde abundavam o xiquexique e a macambira, em solos ásperos e secos. Dali só saía quando se sentia seguro, fazendo novas investidas a cidades, fazendas e povoados. Seus homens também andavam com alpargatas calçadas ao contrário, para deixar falsas pegadas.

O apelido de Lampião conquistou pela rapidez com que manejava o rifle, em cujo gatilho mantinha amarrado um lenço para facilitar o manejo. Por isso, nas noites de lutas, a arma tinha sempre acesa uma bola alaranjada de fogo.

Apaixonado por Maria Déia, a quem passou a chamar de Maria Bonita, tal a sua beleza, introduziu-a no bando e deu oportunidade a outras que se juntaram a alguns dos seus comandados.


A 28 de julho de 1938, traído pelo coiteiro Pedro Cândido, que possivelmente envenenou uma garrafa de bebida, Lampião foi cercado pelos soldados do tenente João Bezerra e do sargento Aniceto Rodrigues da Silva. Vinte minutos depois de fuzilaria infernal, tudo estava terminado, tendo sido mortas 11 pessoas: Lampião, Maria Bonita, Quinta-Feira, Luiz Pedro, Mergulhão, Manuel Miguel (Elétrico), Caixa de Fósforo, Enedina, Cajarana, Moeda e Mangueira. Todos foram decapitados e as cabeças depois de salgadas, foram conduzidas para a cidade, como prova do extermínio do bando. Maria Bonita, Quinta-Feira e Mergulhão, tiveram as cabeças cortada sob gemidos, porque ainda estavam vivos.

Corisco, que escapou a essa investida policial, revoltado com a decapitação dos companheiros, atacou cidades à margem do rio São Francisco, dizendo que “se o negócio é de cabeças, vou mandar em quantidade”.

Assim, o Rei do Cangaço terminou os seus dias de vida, na fazenda Angicos, em Poço Redondo, no Estado de Sergipe. Os nordestinos estavam livres do terror e da violência.