quarta-feira, 23 de setembro de 2009


Juazeiro e o Padre Cícero

A cidade de Juazeiro do Norte, localizada na área conhecida como Vale do Cariri, no Estado do Ceará, se originou em 1827, com casas construídas em volta da capela de Nossa Senhora das Dores. O lugarejo conhecido como Vila de Tabuleiro Grande, era ponto de passagem de viajantes à cidade de Crato, a quem estava ligado politicamente.

Desmembrou-se de Crato, a 22 de julho de 1911, após manifestações realizadas desde 1909, com a chegada do padre Alencar Peixoto que se unindo a José Marrocos, fundou o jornal O Rebate e assim expandiram as suas idéias de emancipação política do lugarejo. Em 1910, se deu a maior movimentação popular em favor desse projeto, quando 15 mil pessoas saíram às ruas em passeata. Emancipada, a Vila recebeu o nome de Juazeiro, em virtude da abundância de árvores dessa espécie na região.


Está a 514 quilômetros de Fortaleza-CE e a 350 metros acima do nível do mar. Sua área é de 248.548km² e a sua população é superior a 250 mil habitantes.


No Natal de 1871, o padre Cícero chega ao povoado para celebrar a Missa do Galo e em 11 de abril do ano seguinte, retornou anunciando que teve um sonho em que Jesus Cristo com os 12 apóstolos sentados a uma mesa recebe uma multidão de peregrinos famintos e sofredores. Decepcionado com a humanidade, Cristo se voltou para Cícero dizendo “E você padre Cícero, tome conta deles”.

Cícero, nascido no Crato a 24 de março de 1844, aos 12 anos de idade, fez votos de castidade, depois de ler a vida de São Francisco de Sales. Como sacerdote se inspirou no padre Ibiapina e recrutou viúvas e solteiras e com elas formou uma irmandade leiga, que trabalhava em benefício dos mais pobres necessitados do seu amparo sacerdotal. Abraçou a causa dos mais humildes e se fez amado.

A 10 de março de 1889, a beata Maria de Araújo ao receber a hóstia das mãos do padre Cícero, não conseguiu degluti-la porque se transformou em sangue, na capela de Nossa Senhora das Dores. Aí começa a história do santo padre Cícero Romão Batista, que lhe traria desgostos e perseguição pelo Vaticano.


Foi visitado em 1926 por Virgulino Lampião, mas o padre nunca lhe entregou a patente de capitão, como a História tem anunciado até os dias atuais.

A 20 de julho de 1934, faleceu Cícero Romão, estando os seus restos mortais em descanso eterno na Capela de Nossa Senhora do Socorro, na cidade do Juazeiro, onde é homenageado e festejado todos os dias, por milhares de romeiros nordestinos.