quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MAIS UM CASO DE CHÔLA

No centro de Guarabira, maior cidade da região Agreste, exatamente na avenida Dom Pedro II, próximo à atual loja INSINUANTE, havia um bilhar onde se jogava também sinuca e cartas, pertencente ao cidadão muito conhecido, Leão do Norte. O seu estabelecimento, embora pequeno era muito frequentado por pessoas de várias idades, e um dos seus clientes, embora nada gastasse, era o cabeceiro Chôla, de quem já falamos alguns dias atrás.

Quando não tinha trabalho nenhum a ser executado, sempre chegava cedo ao bilhar onde ficava o tempo inteiro atendendo aos clientes do bilhar, comprando-lhes cigarros, refrigerantes e lanches, pelo que ganhava um dinheirinho extra que ajudava na sua sobrevivência de homem humilde. Era querido por muitos e sempre lhe pregavam peças.

Diariamente, Chôla tomava banho no quintal, com água de um cacimbão e um dia resolveu pregar uma peça aos frequentadores do bilhar, dando-lhes o troco. Num determinado instante, passou por eles com toalha, sandálias e saboneteira e se dirigiu para o quintal, como quem ia tomar banho.

Daí a momentos, alguém notou que havia um silêncio muito grande no quintal, como se lá não estivesse ninguém tomando banho. Chamaram pelo seu nome e não houve resposta. Foram ver o que havia acontecido e no chão do cacimbão estavam arrumadas as sandálias e sobre elas uma toalha dobrada e na borda do poço, a saboneteira com o sabonete ao lado. Correram à boca do cacimbão cheio, certos de que Chôla havia caído dentro. Foi um Deus nos acuda. Depois de muito sufoco, com muitas pessoas presentes, chega Chôla ao quintal do bilhar pela porta dos fundos e perguntou o que estava havendo? Quase apanha.

Havia pulado o muro de alguém (com o seu consentimento) e saindo pela casa vizinha, regressou normalmente para pregar o susto nos amigos.