O presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo
Abrão, disse que o projeto ajudará na manutenção da memória.
O lançamento do Projeto Acervo Virtual da Anistia um site
com informações sobre a Lei de Anistia e a atuação da Comissão de Anistia,
ocorreu esta noite (28), no ato em memória dos 36 anos da lei, em São Paulo. O
projeto foi idealizado como uma ferramenta pedagógica, a fim de levar para as
salas de aula educação e conhecimento por meio da memória.
O
presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, disse
que o projeto ajudará na manutenção da memória. O objetivo, segundo ele, é o
desenvolvimento da cidadania, o fortalecimento da democracia no país e que as
novas gerações aprendam com seu passado histórico.
Abrão
lembrou que, há 36 anos, a sociedade conquistava a liberdade. Muitos saíram da
clandestinidade, houve a volta dos exilados e outros puderam retornar ao trabalho
por causa da Anistia. Segundo ele, apesar disso, a lei promoveu o esquecimento
e a impunidade, já que os torturadores também foram anistiados.
Referindo-se
ao contexto político atual, em que alguns pedem a volta da ditadura e outros
apoiam leis conservadoras no Congresso Nacional, ele destacou o poder de
organização da sociedade para alcançar objetivos, como ocorreu na ditadura
civil militar, quando o povo conquistou a democracia. “Falta hoje uma mensagem
de esperança dizendo 'não passarão' e 'não permitiremos retrocessos'”, disse
Abrão.
Para
o ex-preso político e ativista dos direitos humanos, Anivaldo Padilha, a
anistia foi realmente uma grande conquista e que a luta por ela aconteceu em um
clima de terror, quando a tortura foi usada como método de interrogatório.
Sobre a conjuntura atual, ele disse que “hoje vivemos claramente uma crise da
democracia brasileira”, além de um retrocesso nos direitos humanos.
Segundo
a presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, Eugenia Augusta
Gonzaga, devemos lembrar ainda que, mesmo após 36 anos da lei, não se conseguiu
avançar no Poder Judiciário sobre a interpretação da anistia, para que
torturados possam ser punidos.
Maria
Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, conhecida como Dodora, ex-presa política
e psicóloga, disse que a luta pela anistia ainda não terminou. “Temos a missão
de achar os corpos dos nossos desaparecidos”, afirmou. Com informações da
Agência Brasil. Fonte: Notícias ao Minuto.