O deputado estadual Frei Anastácio (PT) anunciou hoje
(9), no plenário da Assembleia Legislativa que está encaminhando apelo ao
governador do estado solicitando apuração de denúncias de que alunos estariam
sofrendo maus tratos durante o curso de formação de soltados bombeiros e de
oficiais da Polícia Militar. “As denúncias foram feitas e já levadas ao
conhecimento do comandante do Corpo de Bombeiros. Estamos agora oficializando o
caso ao governo do estado”, disse Frei Anastácio.
Frei Anastácio disse que o comandante do corpo de
bombeiros, Coronel Jair Carneiro, já está sabendo de todas as denúncias,
através de reunião realizada no dia 08/09/2015. A reunião contou com o deputado
estadual frei Anastácio, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa, o padre João Bosco, presidente do Conselho Estadual dos Direitos
Humanos, além de representantes da Comissão dos Direitos Humanos da OAB,
Sargento Pereira, representando o Comitê dos Policiais da Paraíba e um
representante da Pastoral Carcerária.
Frei Anastácio relatou que atualmente
existe uma turma de 80 alunos sendo formados e foi dessa turma que saíram as
denúncias em redes sociais e na mídia. “Uma das denúncias é de que os alunos
são obrigados a capinar mato durante a noite, sob a luz de lanterna e ainda
sofrendo gritos dos instrutores. Na reunião que tivemos, o comandante dos
Bombeiros alertou que qualquer atividade noturna está fora da grade curricular
do curso de formação. Se isso aconteceu é uma irregularidade grave”, disse.
De acordo com o deputado, há denúncia
de que os alunos também são acordados no meio da noite com bombas e tiros de
fuzil perto dos ouvidos. São submetidos a realizar exercícios físicos no meio
da noite e, muitas vezes na chuva, obrigados a realizar flexões apoiados apenas
nos ombros de outros colegas. “Tudo isso sob gritos dos instrutores, como se
eles fossem animais sem valor, porque nem animais irracionais devem ser
gritados nem maltratados”, denunciou o deputado.
Além disso, segundo o deputado,
existem denúncias de falta de uma alimentação adequada e mais segurança nos
equipamentos de treinamento. “Diante de tudo isso, fomos até o comandante do
Corpo de Bombeiros que nos recebeu muito bem e negou que tivesse qualquer
conhecimento sobre os fatos, a não ser através da mídia. Ele concordou que os
representantes dos direitos humanos tenham uma conversa reservada com os alunos
bombeiros, ação a ser realizada nos próximos dias. Mas, diante das denúncias
que considero graves solicito que o governador tome as medidas cabíveis para
dirimir todas as dúvidas, apurando essas denúncias”, concluiu o deputado.