Ontem, o
bispo diocesano Dom Lucena, concedeu à imprensa guarabirense uma importante
entrevista em que expôs a vontade da Igreja em realizar mais uma vez o Grito
dos Excluídos.
Sabe-se que
os brasileiros passam nestes últimos dias por momentos muito difíceis, diante
da crise moral que cerca pessoas muito importantes do nosso mundo empresarial,
a quem caberia executar ações, primando pelos princípios da legalidade e honestidade.
Os hediondos
atos de corrupção praticados por tantos figurões brasileiros nestes últimos
meses – há muito tempo através das descobertas do Mensalão e atualmente da Lava
Jato – e estendem os seus tentáculos danosos por todos os setores importantes
no país através do comprometimento da saúde, infraestrutura, educação, lazer e
segurança, atingem maldosa e criminosamente de forma mais forte aos mais pobres.
Leva-os à morte política, cultural, educacional e física.
Nunca se
poderia imaginar que o Grito dos Excluídos dado pela Igreja pudesse ser tão
forte e destemido como neste instante, e tivesse tanta significação para a
região em que se insere Guarabira, onde tantos munícipes não têm direito a
praticamente nada, nem mesmo à voz para uma simples reclamação. Ninguém lhes
escuta sussurro algum e muito menos um grito, parecendo que as suas forças
foram totalmente consumidas e se esvaíram no tempo, ou nas gestões de tantos
prefeitos mais preocupados com a sua imagem (fariseus disfarçados de
paraibanos). Outros têm sido meros promotores de festas enquanto o seu povo simples
chora e até se deteriora na bebida e em drogas ilícitas.
Realmente,
como dissera Dom Lucena, o nosso povo mais humilde vive momentos muito difíceis
e se acha completamente marginalizado e sem ações do Estado que o protejam
efetivamente. Em suma, a classe mais pobre, inclusive aquela que recebe as
chamadas “bolsas isso e aquilo” vai sendo empurrada para amanhã, depois ou
nunca mais, em termos de assistência e solução dos seus problemas. E a pergunta
que não pode calar diante disso é até quando minha gente?
Ai de
todos se não existissem religiosos preocupados com a sua sorte. Entretanto,
lembremos que as ações humanitárias e de cidadania dessas figuras inspiradas
por Deus, precisam ser apoiadas enfática e destemidamente por todos os que
sabem que não receberam o dom da vida para se fazerem meros apreciadores ou
exploradores da natureza e dos seus irmãos em Cristo.