quinta-feira, 10 de setembro de 2015

OS EXCLUÍDOS FILHOS DE DEUS


Ontem, o bispo diocesano Dom Lucena, concedeu à imprensa guarabirense uma importante entrevista em que expôs a vontade da Igreja em realizar mais uma vez o Grito dos Excluídos.

Sabe-se que os brasileiros passam nestes últimos dias por momentos muito difíceis, diante da crise moral que cerca pessoas muito importantes do nosso mundo empresarial, a quem caberia executar ações, primando pelos princípios da legalidade e honestidade.

Os hediondos atos de corrupção praticados por tantos figurões brasileiros nestes últimos meses – há muito tempo através das descobertas do Mensalão e atualmente da Lava Jato – e estendem os seus tentáculos danosos por todos os setores importantes no país através do comprometimento da saúde, infraestrutura, educação, lazer e segurança, atingem maldosa e criminosamente de forma mais forte aos mais pobres. Leva-os à morte política, cultural, educacional e física.

Nunca se poderia imaginar que o Grito dos Excluídos dado pela Igreja pudesse ser tão forte e destemido como neste instante, e tivesse tanta significação para a região em que se insere Guarabira, onde tantos munícipes não têm direito a praticamente nada, nem mesmo à voz para uma simples reclamação. Ninguém lhes escuta sussurro algum e muito menos um grito, parecendo que as suas forças foram totalmente consumidas e se esvaíram no tempo, ou nas gestões de tantos prefeitos mais preocupados com a sua imagem (fariseus disfarçados de paraibanos). Outros têm sido meros promotores de festas enquanto o seu povo simples chora e até se deteriora na bebida e em drogas ilícitas.

Realmente, como dissera Dom Lucena, o nosso povo mais humilde vive momentos muito difíceis e se acha completamente marginalizado e sem ações do Estado que o protejam efetivamente. Em suma, a classe mais pobre, inclusive aquela que recebe as chamadas “bolsas isso e aquilo” vai sendo empurrada para amanhã, depois ou nunca mais, em termos de assistência e solução dos seus problemas. E a pergunta que não pode calar diante disso é até quando minha gente?

Ai de todos se não existissem religiosos preocupados com a sua sorte. Entretanto, lembremos que as ações humanitárias e de cidadania dessas figuras inspiradas por Deus, precisam ser apoiadas enfática e destemidamente por todos os que sabem que não receberam o dom da vida para se fazerem meros apreciadores ou exploradores da natureza e dos seus irmãos em Cristo.