domingo, 13 de dezembro de 2015

FOLHA PEDE ‘FORA, CUNHA’ MAS POR IMPEACHMENT LIMPO




247 – Os dois principais empresários de comunicação do País, João Roberto Marinho, do Globo, e Otávio Frias Filho, da Folha, parecem ter concluído que um golpe conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atual presidente da Câmara dos Deputados, é imoral demais para ser aceito pela sociedade.
Se ontem o jornal O Globo publicou editorial defendendo a saída imediata de Cunha do cargo, hoje foi a vez da Folha, com o texto "Já chega" publicado na primeira página – o que o jornal dos Frias só faz em momentos raros e graves da história política.
No entanto, a Folha expôs uma motivação que o Globo mantinha oculta. "O personagem que Eduardo Cunha representa, plasmado em desfaçatez e prepotência, está com os dias contados –ele próprio sabe disso. É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez", diz o texto.

Leia abaixo:

Já chega

A presença do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara é um problema que não se limita aos veementes indícios de corrupção e às claras evidências de mendacidade que pesam contra ele.
As acusações reiteradas de que recebeu propina; a reincidência em práticas destinadas a intimidar adversários; a mentira flagrante em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), negando ter contas bancárias no exterior –esse conjunto probatório já seria suficiente para justificar a cassação de seu mandato.
Há muito mais, contudo. Sua permanência à frente da Câmara dos Deputados assume características nocivas para a ordem institucional do país, e não só porque sua rede de manipulações bloqueia as atividades do Conselho de Ética encarregado de julgá-lo.
Valendo-se de métodos inadmissíveis a alguém posicionado na linha de sucessão da Presidência da República, o peemedebista submeteu a questão do impeachment de Dilma Rousseff (PT) a um achaque em benefício próprio.
Seus expedientes infames conspurcam o processo em curso, que parece encarar como vendeta pessoal. Exacerbam-se com isso as paixões em um tema extremamente explosivo; alimenta-se a falsa versão de que tudo não passaria de lamentável confronto entre ele e Dilma Rousseff.
Já chega. O personagem que Eduardo Cunha representa, plasmado em desfaçatez e prepotência, está com os dias contados –ele próprio sabe disso. É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez.
Fonte: Brasil 247.