A recondução de Picciani é atribuída à mudança de
posição de três parlamentares.
Depois de recusar as assinaturas, a Secretaria
Geral da Mesa da Câmara dos Deputados voltou atrás e confirmou o apoio dos 36
deputados do PMDB à recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do partido
na Câmara. A relação foi protocolada no fim da manhã desta quinta-feira mas os
nomes de três parlamentares – Jéssica Sales (AC), Vitor Valim (CE) e Lindomar
Garçon (RO) – estavam em questionamento por também terem assinado a lista
anterior que pedia a substituição de Picciani.
– Houve um entrave burocrático. A Mesa estava
reconhecendo as assinaturas anteriores. Mas os próprios deputados esclareceram
que o apoio se tratava à lista presente – explicou Picciani que, por quase duas
horas, ficou na sala da Secretaria até que o apoio fosse reconhecido.
A mudança no comando do partido na Casa ocorreu
quando uma ala do PMDB, que declarou ser contrária ao governo, criticou as
indicações de Picciani para compor a comissão especial que analisará o pedido
de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O grupo acusou Picciani de
descumprir acordo feito com a bancada e compor a relação de acordo com
orientações do Palácio do Planalto. Com 35 assinaturas, elegeram o deputado
Leonardo Quintão (MG) como novo líder no dia 9 deste mês.
A recondução de Picciani é atribuída à mudança de
posição de três parlamentares e o retorno à bancada de alguns filiados que
ocupavam cargos executivos no estado do Rio de Janeiro. Entre os deputados
fluminenses, estão Marco Antonio Cabral, que estava no comando da Secretaria de
Estado de Esporte, Lazer e Juventude do estado, e Pedro Paulo Carvalho, que era
Secretário municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro.
Com Picciani novamente na liderança, o PMDB na
Câmara deve enfrentar dias de impasse até a eleição de novo líder, marcada para
fevereiro de 2016. Lúcio Vieira Lima (BA), um dos protagonistas da substituição
de Picciani por Quintão, alertou hoje que grande parte dos peemedebistas não se
sente representado.
– Foi uma bancada artificial [que apoiou a volta
de Picciani]. Demitiram secretários para formar a maioria. Podemos dizer que
ele é um líder paraguaio, porque não foi legitimado pela bancada que realmente
atua nesta Casa – disse. Fonte:
Correio do Brasil.