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– O esquema de
corrupção investigado pela Polícia Federal na Operação Custo Brasil, um
desdobramento da Lava Jato, movimentou cerca de R$ 100 milhões, informaram os
investigadores em coletiva de imprensa concedida na manhã desta quinta-feira 23
na sede da Polícia Federal em São Paulo.
O
esquema começou entre o final de 2009 e início de 2010 e consistia na
contratação da empresa Consist Software – direcionada pelo Ministério do
Planejamento – para gerenciar empréstimos consignados de servidores públicos. A
empresa abria mão de seu faturamento, ficando com 30%, enquanto 70% eram
divididos para envolvidos no esquema, indicados pelo ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto.
A
Consist cobrava cerca de R$ 1 para cada parcela paga pelos servidores, quantia
que era repassada para os envolvidos. O ex-ministro Carlos Gabas, da
Previdência Social, teria feito intervenção pela contratação da Consist, de
acordo com os investigadores, enquanto Paulo Bernardo, ex-ministro do governo
Dilma e Lula, tinha "participação ativa", recebendo dinheiro por um
escritório de advocacia.
"Os
R$ 7 milhões foi o que se apurou em notas da Consist para o escritório de
advocacia. O que apuramos foi que 80% iam para Paulo Bernardo", afirmou o
procurador Andrey Borges de Mendonça, acrescentando que os valores ainda são
incertos e estão sendo apurados. De acordo com o delegado Rodrigo Campos, mesmo
depois de ter saído do Ministério do Planejamento, Paulo Bernardo continuou
recebendo dinheiro do esquema, já no Ministério das Comunicações.
Segundo
Fábio Ejchel, superintendente da Receita Federal, parceira na
investigação, empresas de fachada eram usadas para esconder os pagamentos.
Além de Paulo Bernardo, “outros funcionários também recebiam, através de
empresas de fachada e lobistas”, informou. Fonte: Brasil 247.