247 - O presidente interino, Michel Temer,
disse nesta sexta-feira 24 lamentar a prisão do ex-ministro dos governos do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Paulo Bernardo, no
âmbito da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta pela Polícia Federal
como um desdobramento da Lava Jato.
"É
um fato doloroso. Eu até vi hoje uma declaração da senadora Gleisi dizendo que
ele foi detido na frente dos filhos. Quero publicamente lamentar os
fatos", afirmou Temer, em entrevista à Rádio Estadão no Palácio do Jaburu.
Foi sua primeira manifestação sobre a ação da PF.
Temer
também disse estar preocupado com um impasse jurídico criado pelo mandado de
busca e apreensão cumprido no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR), mulher de Paulo Bernardo.
A
ação vem sendo duramente questionada, uma vez que, por ser contra um
parlamentar, deveria ter sido autorizada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF). Ele afirmou que espera que o imbróglio entre Judiciário e
Legislativo seja resolvido o mais rápido possível.
A
Advocacia-Geral do Senado, a pedido do presidente da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL), estuda acionar o Supremo para questionar a legalidade do
cumprimento do mandato. Se a reclamação for aceita, o material que foi
apreendido durante a ação terá que ser devolvido pela PF e não poderá ser usado
na investigação.
Temer
disse ainda, na entrevista, que irá apresentar um projeto de reforma política
em "brevíssimo tempo". Apesar de não estipular uma data, o presidente
interino afirmou que pretende esperar a votação final do impeachment pelo
Senado para apresentar uma proposta ao Senado.
"Quero
incentivar muito a reforma política. Eu quero apanhar dois, três, quatro
pontos. Não podemos fazer uma reforma do sistema com muitos pontos, mas eu
conversarei com líderes da Câmara e do Senado para incentivá-la", disse.
"Em brevíssimo tempo nós vamos tomar ou retomar esse tema", anunciou.
Temer
também voltou a afirmar que não será candidato à Presidência em 2018. "Se
eu conseguir nesses dois anos e meio colocar o Brasil nos trilhos... Eu já
tinha uma vida pública razoavelmente bem exitosa. Para mim, será suficiente.
Não terá meu retrato na urna (nas eleições presidenciais de 2018)",
assegurou. Fonte: Brasil 247.