O
coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, acusou o Congresso
Nacional de tentar anistiar a corrupção. Em entrevista à Globo News na tarde
desta terça-feira (14), o procurador explicou que os projetos de lei que
sugerem a anistia ao caixa 2 acabariam perdoando inclusive outros crimes.
Integrantes do Congresso Nacional teriam retomado nos últimos dias discussões
sobre aprovar um projeto que anistia o crime de caixa 2, pauta que foi abordada
já em novembro do ano passado. No entanto, na interpretação do procurador, a
proposta serve como uma "roupagem mais aceitável" para perdoar a
corrupção. "A gente pode até discutir num plano teórico se caixa 2 é ou
não correto, mas essa é uma falsa discussão", afirmou Deltan. "O que
existia era uma anistia a todo crime relacionado a todo dinheiro usado para
campanha eleitoral. Mas o dinheiro usado para campanha eleitoral pode ter vindo
de corrupção. E é esse o objetivo: anistiar o dinheiro usado para financiamento
de campanha e todos os crimes relacionados", explicou o procurador, em
referência à emenda que circulou no Congresso no ano passado, mas acabou não
sendo incluída no pacote anticorrupção que foi aprovado. O procurador também
classifica a discussão sobre separar o crime de caixa 2 do crime de corrupção
como uma falsa polêmica. Segundo ele, as classificações obedecem a critérios
diferentes. "O dinheiro pode ser ou de corrupção ou de não corrupção com
base num critério de origem. Quanto ao destino do dinheiro ele pode ter, o
caixa 1, caixa 2, enriquecimento lícito ou enriquecimento ilícito",
avaliou em entrevista à Globo News. Fonte:
Notícias ao Minuto.