"Em quase cinco horas de
depoimento, as perguntas se repetiram três, quatro, cinco, seis vezes... nenhum
ponto do processo incriminou o ex-presidente". Foi o que argumentou a
defesa de Luís Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (10), em pronunciamento
coletivo, após depoimento concedido por Lula ao juiz federal Sergio Moro, em
processo da Operação Lava Jato.
"Em qualquer lugar do mundo,
só o depoimento ao qual o ex-presidente foi submetido seria considerado uma
violação dos direitos humanos por parte do juiz Sergio Moro", declararam
também Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio.
Segundo eles, a pergunta mais
"absurda" feita a Lula foi: "Qual a opinião do senhor sobre o
julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mensalão?".
Conforme Martins e Batochio, a
questão é imprópria. "Desde quando alguém que está ali para se defender
tem de dar opinião ao juiz sobre um julgamento finalizado da Suprema Corte?
Isso é um exemplo claro que o que estava acontecendo era algo ilegítimo.
Afinal, o ex-presidente não é jurista nem tem ligação com esta ação penal. O
que ficou claro é que o ex-presidente é inocente e sua inocência está
claramente demonstrada. O que se buscou se fazer ali foi uma cena de
perseguição política", detalharam.
Segundo os advogados, três
frentes serão trabalhadas após o depoimento do ex-presidente. A primeira delas
é dar seguimento ao pedido de suspensão de Sergio Moro. "Por que a 13ª
Vara Federal de Curitiba julga o Brasil inteiro? Isso é ilegal",
pontuou Batochio, denunciando o fato de todos os réus da Lava Jato serem
julgados em na capital paranaense, "da Bahia a São Paulo".
O terceiro ponto é insistir em
que haja acesso total da defesa a todos os itens de acusação do processo, o
que, segundo os advogados, não teria acontecido. "Este processo tem coisas
muito estranhas e que até agora não foram publicamente explicadas",
provocou Martins. Fonte: Notícias ao Minuto.