quarta-feira, 10 de maio de 2017

APÓS DEPOIMENTO, DEFESA DIZ QUE LULA NÃO FOI ‘INCRIMINADO’




"Em quase cinco horas de depoimento, as perguntas se repetiram três, quatro, cinco, seis vezes... nenhum ponto do processo incriminou o ex-presidente". Foi o que argumentou a defesa de Luís Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (10), em pronunciamento coletivo, após depoimento concedido por Lula ao juiz federal Sergio Moro, em processo da Operação Lava Jato.

"Em qualquer lugar do mundo, só o depoimento ao qual o ex-presidente foi submetido seria considerado uma violação dos direitos humanos por parte do juiz Sergio Moro", declararam também Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio.

Segundo eles, a pergunta mais "absurda" feita a Lula foi: "Qual a opinião do senhor sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mensalão?".  

Conforme Martins e Batochio, a questão é imprópria. "Desde quando alguém que está ali para se defender tem de dar opinião ao juiz sobre um julgamento finalizado da Suprema Corte? Isso é um exemplo claro que o que estava acontecendo era algo ilegítimo. Afinal, o ex-presidente não é jurista nem tem ligação com esta ação penal. O que ficou claro é que o ex-presidente é inocente e sua inocência está claramente demonstrada. O que se buscou se fazer ali foi uma cena de perseguição política", detalharam.

Segundo os advogados, três frentes serão trabalhadas após o depoimento do ex-presidente. A primeira delas é dar seguimento ao pedido de suspensão de Sergio Moro. "Por que a 13ª Vara Federal de Curitiba julga o Brasil inteiro? Isso é ilegal", pontuou Batochio, denunciando o fato de todos os réus da Lava Jato serem julgados em na capital paranaense, "da Bahia a São Paulo".

O terceiro ponto é insistir em que haja acesso total da defesa a todos os itens de acusação do processo, o que, segundo os advogados, não teria acontecido. "Este processo tem coisas muito estranhas e que até agora não foram publicamente explicadas", provocou Martins. Fonte: Notícias ao Minuto.