sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

NATAL DE ESPERANÇAS



Muitos reclamam anunciando que nunca tiveram oportunidade de viver uma vida melhor, garantindo-lhes uma velhice descansada e sem tormentos. Mas nunca pararam para olhar em sua volta, ou apreciar a sua caminhada existencial, analisando-a detalhadamente, para ver se realmente não tiveram chances – no plural mesmo –  de prosperidade e crescimento. Talvez não lhe tenham aparecido aos olhos, baús de moedas de prata e ouro, porém, outras riquezas podem lhes ter surgido e não notaram por estarem ocupados com futilidades. Estavam elas ali bem pertinho e às suas mãos, mas por força de distração, nada conseguiram enxergar. E o tempo passou e eles se perderam nas distrações.
Outros se desesperam e se dizem esquecidos do Criador e dos seus irmãos, diante de tantas dificuldades enfrentadas. Aí a quantidade de ingratos é enorme mesmo, pois cegos não percebem ainda durante os seus lamentos que a sua riqueza maior e felicidade plena, antes de uma existência materialmente alicerçada em tesouros, é estar vivendo sem nenhum defeito físico, com capacidade de trabalho e gozando de todos os sentidos desde o nascimento.
Ah, mas existem os agradecidos e humildes por natureza, que atormentados por dores ou defeitos físicos, são em verdade a imagem da conformação e da tolerância. Nada reclamam dos irmãos ou dos céus, ainda que se vejam precisando do amparo de terceiros, para continuar vivendo na comunidade. Substituem a blasfêmia e a tristeza por uma prece de agradecimento e até mesmo um sorriso contagiante. Que bom sabermos que ainda há reconhecidos e obstinados pela vida.
Quando puder, abra os olhos para o mundo e descortine o futuro, e enquanto estuda se deixou passar oportunidades maravilhosas sem abraça-las, saiba que talvez tenha se feito amigo de quem o elogiava e aplaudia por conveniência, e enquanto você perdia o seu bajulador crescia. O seu Judas estava ali bem pertinho.
Saiba enxergar, porque ao receber o dom da vida, lhe foi dada também a maior das visões: o raciocínio que o capacita a ler nas entrelinhas do silêncio alheio uma interpretação real do pensamento dele. Assim, poderá conhecer a verdadeira história de quem jamais a contará.
Agarre todas as oportunidades decentes que lhe surgirem, e vivendo-as sem esquecer as dificuldades que teve, saiba dividir com o vizinho e o próximo, tudo de bom e salutar que lhe é excesso nessa nova oportunidade que o Menino Deus está lhe dando. Ah, e nunca mais esqueça de cumprimentar, abraçar, apertar a mão, visitar, amparar e perdoar. Se nada disso fizer, de que lhe adiantou ou adiantará crescer?
A partir deste Natal, sejamos mais solidários, sejamos realmente irmãos.