Prestes a ser julgado pelo Conselho Nacional do
Ministério Público, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol,
reconheceu “eventuais equívocos” cometidos pela força-tarefa da operação, mas
disse que seu afastamento seria uma "punição pelo trabalho contra a
corrupção".
247 - O procurador e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan
Dallagnol, admitiu - em um artigo publicado no jornal O Globo desta quinta-feira (13) -
que a força-tarefa da operação cometeu “eventuais equívocos” durante as
investigações, e que integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público
planejam afastá-lo “compulsoriamente” sob a alegação de que o “interesse
público” recomendaria sua saída.
“Eventuais equívocos da
operação não significam que os procuradores praticaram ilícitos, pois é natural
a divergência na interpretação de fatos e da lei”, escreve Dallagnol. “Nos
termos em que parece estar sendo cogitado, o afastamento seria uma punição pelo
trabalho contra a corrupção, tornaria letra morta a garantia de inamovibilidade
de integrantes do Ministério Público e colocaria em xeque a própria
credibilidade e independência da instituição”, diz ele em outro ponto do texto.
Para ele, “o que existiram
foram narrativas criadas para atacar a operação, distorcendo fatos e normas.
Desde o início da Lava-Jato, investigados, réus e seus aliados, irresignados
com a perspectiva de punição e sem sucesso em questionamentos perante o Poder
Judiciário, tentaram utilizar o Conselho Nacional do Ministério Público como
palco para retaliação ou para frear as apurações”.
Apesar de
admitir a existência de “equívocos”, Dallagnol diz esperar que o Conselho
observe “as garantias dos membros do Ministério Público foram estabelecidas na
Constituição de 1988” e que estas “sigam sendo respeitadas, nos julgamentos que
se avizinham”.
Fonte: BRASIL 247.